O trocadilho e muito fácil de explicar. Saio da cosmopolita Sandton, da praça Nelson Mandela, e, sem pistas, vou saber a melhor forma de chegar a Bloemfontein, a um ‘tirinho’ do Lesoto. La me indicam um local com táxis onde sobram ‘jimbras’ relaxados nas respetivas viaturas de nove lugares.
Pelos vistos, aqui branco continua a ser banco e atira uns modestos 200 rands (20 euros) para um curto percurso. A sorte não está com ele – nem comigo – e em poucos segundos o preço baixa para metade. Face à minha irredutibilidade, pergunta-me quanto estou disposto a pagar. Obviamente, fica a falar sozinho.
Pergunta atrás pergunta, decido apanhar uma carrinha de transporte público que me leva à desejada central de camionagem. Nove rands é quanto pago.
A viatura vai enchendo. Malta simpática. E a peculiaridade de cada um tocar no ombro de quem está à frente para lhe dar o dinheiro que vai passando de mão em mão até ao motorista.
Chegado perto do destino, e quando já sigo a pé, um senhor de uns 50 anos, que transpira simpatia e humildade, faz questão de me escoltar até à central.
“Onde vais? Sozinho? Já viste que aqui ninguém tem a tua cor de pele?”, alerta-me. Sem dramas.
Na verdade, passo por zonas complicadas e, não fosse a companhia, imagino que chegaria ao destino aliviado dos meus parcos pertences. Isto a correr menos mal, claro.
Mais sorte do que juízo, o autocarro para Bloemfontein parte em cinco minutos. Quem arrisca, normalmente petisca. Já a caminho…
200 a 9… em apenas 5 minutos
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