10 “Mandamentos” para Voos Baratos
O custo dos voos é, muitas vezes, determinante nas nossas escolhas de destinos. Uma vez que pode ser a parte mais cara da nossa aventura – nomeadamente, para fora da Europa – nada como refinar métodos de pesquisa, ser persistente e sermos suficientemente flexíveis para podermos ajustar a nossa viagem à oportunidade.
Usando companhias low cost ou as de ‘bandeira’, o importante é partir. Deixo-te algumas considerações elementares e dicas para otimizares o teu sonho. Para que não haja limites ou barreiras ao teu encontro com o Mundo.
1 – QUANDO IR?
A possibilidade/liberdade de fazer a mochila quando a oportunidade surge pode ser determinante para encontrares a viagem certa para o teu destino de sonho. Essa capacidade de adaptação pode valer-te centenas de euros. Preferencialmente fora das épocas ‘altas’, pois encontrarás um destino mais genuíno, com menos turistas e com preços mais em conta.
Lembra-te ainda que voar a meio da semana costuma ser mais barato do que fazê-lo às sextas, sábados, domingos ou feriados. Experimenta várias combinações de datas, adiantando/atrasando a ida/regresso. Ou ambos em simultâneo. Acredita que isso te valerá uns quantos euros.
2 – FLEXIBILIDADE NO DESTINO
Apetece-te praia em Bali? Ótimo. Mas vais dizer que não a uma promoção fantástica para o México? Ambos têm águas quentes translúcidas e fina areia branca. Queres um safari no Kruger Park (África do Sul), mas surge um voo irrecusável para a Tanzânia (Serengeti)? A oportunidade é isso mesmo: algo que, regularmente, deves aproveitar. E se for irrecusável…
Ainda me falta conhecer metade do planeta e sobram lugares para onde desejo ir. O Japão está nessa lista. Certa noite deparo-me com Porto-Tóquio-Madrid a 221 (!!) euros. Costuma estar a 750. Independentemente de ser ou não o meu destino prioritário na altura, o que achas que fiz?
3 – PESQUISA NO AGREGADOR GLOBAL
Skyscanner. Momondo. Edreams. Há vários outros agregadores de pesquisas de voos, mas estes são os meus favoritos. Por esta ordem. Cada um tem as suas vantagens, o que potencia a possibilidade de encontrar boas ligações aos melhores preços. Por isso, depois de encontrar a melhor opção, faz a mesma simulação nos outros. Caso a opção encontrada implique apenas uma companhia, o melhor é adquirir o bilhete diretamente na mesma. Não pagas taxas e, em caso de complicações com os voos, tratas diretamente com a transportadora, evitando o habitual ‘empurra’ de responsabilidades.
Porque prefiro Skyscanner? Por exemplo, coloco o aeroporto de partida, defino um mês que me interessa viajar e ele dá-me as melhores oportunidades nesse período. Coloco um destino e ele indica-me a altura do ano em que encontro voos mais baratos.
4 – VERIFICAR QUE COMPANHIAS AÉREAS VOAM PARA O DESTINO
Os motores de busca são bons, dão-nos ótimas indicações, mas ainda é possível fazer melhor. Experimenta digitar “nome do aeroporto + airport + wiki”. Sim, é verdade: na wikipedia, em língua inglesa, encontras todas as companhias aéreas/destinos nesse aeroporto. Começa por explorar as “low cost”.
Lembra-te de que para viajar para uma cidade com vários aeroportos não deves escolher um específico (a menos que isso seja impreterível), pois estás a limitar as tuas possibilidades.
5 – REGISTA-TE/VISITA OS SITES DAS COMPANHIAS AÉREAS
Não custa nada e somos os primeiros a receber as novidades. O mesmo registo é válido para o facebook. Podes criar um ‘feed’ só com as companhias que te interessam e no qual sabes, na hora, aquela promoção que te leva a comprar.
Confirma os preços diretamente no site da companhia aérea. Preferencialmente, tenta visualizar as várias opções em forma de “calendário”. Realiza a pesquisa na opção “datas flexíveis”, para aceder ao calendário de preços.
Recorda-te de que o valor revelado no site da companhia é o preço final, enquanto no site agregador tem mais taxas/comissões.
6 – ESCALAS – TEMPOS DE LIGAÇÃO NOS AEROPORTOS
Muitas vezes, quando ouço amigos queixaram-se de uma “escala longa”, faço ver-lhes a oportunidade que isso representa. Também em viagem, cada ‘problema’ deve ser transformado numa oportunidade. Neste caso, vê o lado positivo: tens um ‘stopover’ que te permite conhecer mais um destino sem gastares mais (voos) por isso. Aproveita!
Os voos mais baratos costumam implicar muitas horas de espera nos aeroportos de ligação. Tu é que defines o que mais te interessa, até porque a escala pode não ser estimulante ou a tua prioridade ser chegar ao destino o quanto antes. Avalia tudo isso, já que uma escala mais longa pode implicar dormida, ou seja, gastos extra em alojamento. Ou ficar no aeroporto, nem sempre agradável. Eventualmente, pode compensar-te pagar um pouco mais e chegares o quanto antes. Seja como for, e antes de confirmar a compra, nunca te esqueças de confirmar a duração total do voo.
7 – AVALIAR ROTAS ALTERNATIVAS
Tentar voos com partida em outros aeroportos. Vivo no Porto, mas não me é complicado partir de Lisboa, e vice-versa para quem habita na capital. Lisboa, Porto e Faro são facilmente ligados por low-costs e outros transportes públicos: se não encontras o voo desejado do teu aeroporto de referência, porque não fazer a pesquisa com partida numa outra cidade?
Para outros continentes, pesquisar pelos grandes “hubs” Europeus (costumo privilegiar Madrid/Barcelona e Roma/Milão, mas não esquecer Londres, Paris, Amsterdão ou Frankfurt). Qualquer um destes aeroportos tem ligação low-cost desde Portugal. Quando fui à Austrália e Nova Zelândia, os voos desde Portugal eram verdadeiramente proibitivos. Fui de low-cost para Milão e de lá voei a preço incomparavelmente mais em conta.
8 – COMPRAR VOO COM ANTECEDÊNCIA
Quanto mais cedo o fizeres, melhor! Excetuando, claro, as eventuais promoções de última hora, nomeadamente nas companhias low cost. Começa a pesquisar logo que estejas a pensar visitar um lugar, nem que a muitos meses de antecedência. Os preços vão flutuando e compras quando entenderes que encontraste o ‘teu’ preço.
9 – PESQUISAR REGULARMENTE
Os preços variam frequentemente, pelo que só ganhas em ir pesquisando com regularidade. És impaciente ou queres agilizar esta tarefa? Cria alertas nos diversos motores de busca. Assim és informado das variações de preço. Aconselho-te ainda a criar uma pasta no email para receberes e melhor organizares essa informação. E a limpar regularmente os “cookies”, pois não é situação virgem as companhias aéreas e sites agregadores alterarem os preços mediante o interesse que revelas nas tuas pesquisas. E, acredita, nunca sais beneficiado.
10 – É IRRESISTÍVEL? COMPRA!!
Se encontrares um preço ‘irresistível’, não hesites: COMPRA!! Podes ser o otimismo em pessoa, mas o mais provável é que o preço não baixe, acabando mesmo por subir. E pode acontecer nesse mesmo dia! Quando à palavra “oportunidade” se junta o “preço irresistível”…
ALERTAS + SUGESTÕES:
- Lembra-te que o tamanho/peso da mala pode influenciar os custos da tua viagem.
- Compra o bilhete com um cartão de crédito agregado a um seguro de viagem.
- Leva SEMPRE contigo esse cartão de crédito. Já vivi uma ‘novela’ por não o fazer e só um milagre, ‘in-extremis’, me permitiu voar.
- Há destinos que exigem vistos confirmados antes da tua partida. Podes ser impedido de embarcar se não o tiveres. E não te apetecerá esse pesadelo, ao qual acrescerá comprar novo bilhete.
- Não esqueças de pedir (gratuitamente) o teu cartão de passageiro frequente. Podes acumular milhas que te dão descontos posteriores. Ou então um cartão de crédito cujo uso no dia-a-dia te pode reforçar o balanço de milhas.
- Às vezes, o preço final de um voo com escala é diferente do valor de comprar dois trechos independentes. Já poupei dinheiro com esse exercício para voos intercontinentais.
- Algumas companhias aéreas oferecem-te benesses para as longas escalas, como um ‘city tour’ ou mesmo dormida. Informa-te de todas as tuas vantagens quando comprares o voo.
De uma ou outra forma, o importante é sejas Mundo.
Boas viagens!!