

Pois é, continua a haver muita malta que desconhece que no hemisfério sul é inverno (sim, igual ao nosso), que é exatamente o oposto ao que se vive agora mesmo em Portugal, um soalheiro verão.
Curiosamente, aqui o sol também tem sido uma presença constante, no entanto os seus raios estão longe de nos abraçar o suficiente para que aqueçamos. Há dias, a temperatura chegou aos -6º. Os pequenos laguinhos do Green Hills gelaram completamente.
Hoje o dia despertou com um imenso e aveludado manto branco. Lindo, mas arrepiante. Enquanto estão na praia, conseguem imaginar esta temperatura? Não precisam bater o dente, em sinal de justa solidariedade.
Os principais momentos críticos do dia são ‘apenas’ dois: acordar/levantar/banho (só de pensar, até tremo) e o chegar a casa.
1 – Acordar é geralmente um ato violento, caso seja motivado por um despertador (o que tem sido o caso). O nariz de fora já anuncia um gelo ‘lixado’ e quando o resto do corpo sai dos lençóis, a confirmação dói no corpo.
Agora é hora de ir ao banho. O wc está gelado e há que ligar o aquecedor, pendurado no teto. Acerta-se a temperatura do chuveiro e ZÁS!! A roupa voa e enfiamo-nos no chuveiro. Tudo tranquilo até que chega a hora de sair. O choque térmico entre o cubículo do chuveiro e o gélido wc é terrível, mas acaba por passar em um par de minutos, quando enfiamos a roupa.
2 – O dia de trabalho é complicado e o jantar até pode nem ter sido famoso. Quando há tempo para saborear um bom vinho sul-africano, aí as queixas não são tantas. Estamos já algo anestesiados contra o frio. No entanto, o gelado (eu sei que não me canso de repetir a palavra, mas, acreditem, faz TODO o sentido) quarto não tem tv, a net é uma ilusão que raramente funciona e a cama é o único local apetecível. O estranho ‘aparelhómetro’ de aquecimento na parede pouco calor irradia. Se é que irradia. Há que ligar o fogão de sala. Mais uma árvore que vai derreter esta noite no meu quarto. O cobertor é elétrico, mas isso não dispensa mais dois cobertores na cama.
Que o vosso verão esteja a ser mais pacífico do que o meu inverno.
