Segue-me

Ainda não eram 06:00 e, sem optar pelo polegar em riste, já estávamos na berma da estrada à espera de transporte. Que, invariavelmente, chegou rápido.
Não houve água quente. E amanheceu gelado. Estávamos, por isso, bem despertos.
Na véspera, também não tivemos direito a jantar. Seriam 22:00 quando fomos largados algures na estrada. E não havia sinais de vida em lago algum. Nem de comida.
O Zé Luís tinha guardadas umas intragáveis tortilhas de milho do almoço. E carregava ainda uma mísera lata de atum “para uma emergência”. Trazia-a das férias de há um ano. Na Nova Zelândia. Foi o nosso penoso jantar. Tão, mas tão bom, que, mesmo famintos, sobrou. Podia ter sido pior…
Por isso não estranha que um substancial hambúrguer com batata frita – e três diferentes molhos – e batido de frutas tenha sido o nosso frugal pequeno almoço. Já perto do lago. Em Peña Blanca, a uns quilómetros do isolado hotel onde queríamos ficar na véspera. Que, soubemos depois, já tinha encerrado portas.
Continuávamos sem conseguir estar nas margens do lago Yojoa. Agora, a uns parcos quatro quilómetros. Apanhamos novo transporte. E fomos visitar o Parque Ecoarqueologico Los Naranjos. O imponente lago, apenas pôde ser contemplado de um mirador. E a alguma distância. Maldição.
Prometida natureza fantástica e ruínas maias. Natureza não nos surpreendeu. E fomos expulsos das minúsculas ruínas por famintos mosquitos. Nem com Carlos e Zé Luís por perto – são peritos a garantir para si todas as mordidelas de insectos – me safei.
Subimos a uma torre de observação de aves. Esperamos. Esperamos. Esperamos… hoje não é o nosso dia.
Voltamos a Peña Blanca na mesma carinha. Apanhamos de seguida novo mini-bus para a estrada nacional. Entre um que chegava e outro que partia, entramos no café do pequeno almoço para recolher as malas. A ligeira demora valeu umas buzinadelas a quem esperava por nós. Já na estrada nacional, o autocarro que nos levaria à capital. Tegucigalpa, o início do fim do Zé Luís….

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