“Rui (B) Batista, o humano mais feliz do Mundo”. Esta é a escusada responsabilidade que um grande Amigo me atribui sempre que me apresenta a alguém. “É jornalista, tem o projeto de viagens www.bornfreee.com e farta-se de explorar lugares incríveis do planeta. É um espírito livre”
O que não diz é que sou um simples classe-média português – e todos sabemos que isso não dá para muito – que apenas tem a virtude de ir atrás dos sonhos. De agir. De investir as suas energias e prioridades no que o realiza e faz feliz.
Uma série de ‘acidentes’ nos estudos levaram-me ao jornalismo como ofício. Algumas virtudes profissionais fazem-me viajar com regularidade. A paixão pelas pessoas e de tudo o que está fora da minha zona de conforto concretiza o resto. Metade do planeta ‘cumprido’… boa parte dos países explorados em diversas ocasiões.
Confesso-te, nos olhos, que esta radiante existência tem tanto de sorte como de juízo. Uma atitude positiva e a vida tem-me retribuído com bem mais do que algum dia esperei. E tu? Podes dizer o mesmo? Quando pensas no teu futuro, achas que receberás a mesma generosidade?
Falemos, pois, de ti. Sim, tu que (se me estás a ler é porque) equacionas a utilidade/oportunidade de um GAP YEAR. Tu que não sabes se valerá a pena ou ainda hesitas se arriscas o luxo de seguires os teus sonhos. De poderes iniciar o trilho de uma existência com (bom) potencial para se tornar extraordinária.
Provavelmente as tuas pretensões não têm todos os ventos a favor… e então?? Ninguém disse que seria a coisa mais fácil do Mundo. Apenas te garantem que é das melhores experiências de uma vida. E eu asseguro-te que é das decisões mais acertadas.
Para que melhor te orientes, para que relativizes infundados receios, aqui ficam alguns dos inúmeros motivos pelos quais penso que DEVES fazer o GAP YEAR:
– Será, em todos os sentidos, o melhor e mais estimulante ano da tua vida (And you know what i mean…).
– Será um período para conhecer imensas pessoas fantásticas (fazer alguns amigos para a vida), sorveres outras culturas, explorar novos horizontes e vivenciar momentos únicos que mudarão a tua vida e a forma de a sentires…
– Vais aprender quem realmente és e o quanto vales. Vais ter experiências que vão aprofundar o teu autoconhecimento a um nível ímpar. Percebendo, mais tarde, que para os audazes o Mundo é bem menos complicado.
– Este é o melhor curso da vida: irás além do que te ensina a universidade, a família e amigos. Entenderás coisas que não vêm nos livros, que não encontras no facebook, na tropa, em workshops ou no pequeno Mundo que é a nossa zona de conforto.
– Vais solidificar princípios, enraizar valores, apurar a tua sensibilidade e ver este fantástico planeta com outros olhos. Os TEUS olhos…
– Boa parte das tuas (inúmeras?) incertezas vão perder o prefixo: serão CERTEZAS. Saberás muito mais sobre ti e o meio que te rodeia. Terás mais dados para poder tomar as melhores decisões para ti. Saberás, como nunca, o que te faz feliz. Para o que foste talhado. O que deves fazer na vida. E queres maior estímulo para continuar os estudos do que ter um horizonte bem definido e forças reforçadas para o atingir? Mais focado na tua formação do que nunca?
(Os teus pais também perceberão que este não é um ano perdido, antes o melhor investimento que podes fazer para o teu futuro).
– Vais vivenciar inúmeras coisas que te farão crescer. Amadurecerás mais cedo. Ganharás um lado adulto que pode muito bem conviver com a irreverência da tua juventude.
– Melhorarás o teu ‘sex appeal’. Afinal, quem não gosta de ouvir cativantes histórias das nossas experiências em viagem, contadas de forma graciosa?
– Tornar-te-ás mais criativo, humilde e autónomo. Perderás preconceitos e serás mais desenrascado. O Mundo será teu!
– O teu empreendedorismo (o GAP YEAR é mesmo isso, EMPREENDEDORISMO) vai ser extremamente valorizado em oportunidade de emprego. Terás ‘Mundo’ no currículo, uma bagagem apenas ao alcance dos mais destemidos, dos mais bem preparados para vencer qualquer desafio.
– Não, não é caro. Na verdade, até pode ficar mais barato do que simplesmente ficar em casa, a pagar as próprias contas. Há projetos de voluntariado que te dão de comer e dormir. Tens o ‘work exchange’, o ‘couchsurfing’, boleias, carros partilhados e voos ao preço de amendoins… só terás de pesquisar. Ou aconselhar-te com a experiência da Associação GAP YEAR Portugal.
– E já pensaste como será bom… voltar? Rever família e amigos. Mesmo que lhes custe – e estou certo que os afetos assim o ditam – os teus pais serão os teus fãs número 1. Transbordarão de orgulho por te ver concretizar o teu projeto. Crescerás como ser humano e serás uma referência de determinação, ousadia e coragem.
Com o teu exemplo, vais inspirar outros. Haverá melhor forma de nos sentirmos VIVOS? De fazer algo de extraordinário na nossa efémera passagem pela história?
O momento é… AGORA! Depois vais ter ‘detalhes’ que te vão adiar, indefinidamente, a partida. E se desistes dos teus sonhos na idade das ilusões, o que farás com o resto da tua vida?
(Respira…)
“Eu até faria o GAP YEAR, mas…”. Caríssimo/a, se depois do que leste, ainda tens esta frase a latejar na cabeça, podes dar por terminada a tua leitura. Desperdiças o teu tempo e eu alguns caracteres.
Há obstáculos? Claro que sim, mas não estás sozinho. Os problemas, os desafios resolvem-se. Um de cada vez. Com toda a naturalidade e serenidade. Tanto antes, como já em viagem. E, neste caso, boa parte das vezes o que corre mal… corre bem: olha as histórias rocambolescas que poderás contar!!
Dinheiro e tempo também não são pretextos para ficar em casa. Só tens de ajustar a viagem às tuas expectativas, à tua bolsa ou criatividade. Dá trabalho? Sim, claro! Mas não és dos que querem a papinha toda pronta, certo? A tua ação começa aqui. Sabes que tudo tem outro valor, um distinto sabor se surgir fruto da nossa ousadia, das nossas mãos, da nossa vontade…
Não vistas o traje dos que têm todos os sonhos do Mundo, mas pouco ou nada fazem para os cumprir (sabemos que são mais fáceis as desculpas e lamúrias do que a ação). Ataca o objetivo e o teu olhar irradiará uma luz singular. Uma existência estimulante dá trabalho, mas depende essencialmente de ti.
Não é segredo que só vivemos uma vez. O que pensas fazer com essa oportunidade única?
Texto e fotografias de: Rui Barbosa Batista- Jornalista, líder e cronista de viagens e fundador do projeto Bornfreee – Viagens Travel