Os Jardins de Alexandre‏

Os Jardins de Alexandre‏

O túmulo do soldado desconhecido, em eterna chama, dá-me surpreendentes boas-vindas aos jardins de Alexandre (o primeiro czar com esse nome), um dos locais mais belos para passear em Moscovo, em três blocos que ladeiam o imenso Krelim.
Construído em 1819 – a caminho, por isso, dos dois séculos -, é um dos primeiros parques públicos urbanos da capital. Desde 1967 que homenageia quem caiu na patriótica guerra ao quilómetro 41 a caminho de Leningrado (S. Petersburgo), o ponto máximo de penetração das forças Nazis na II Guerra Mundial. De hora a hora, dois inertes soldados são substituídos, podendo, enfim, respirar da honrosa missão.
As homenagens continuam em grandioso portão de ferro adjacente: celebra-se a vitória sobre as forças de Napoleão. As pedras que o sustentam provêm de escombros de edifícios destruídos durante a ocupação francesa de Moscovo.
Na verdade, enquanto aqui estou não quero saber da história e de vários outros dos seus marcos espalhados por estes inebriantes jardins. O contraste destes verdes – polvilhados de coloridas flores – com as tonalidades vivas dos muros e edifícios do Kremlin causam simpático bem-estar. A minha alma curva-se a esta estimulante formosura. De tal forma, que só apetece deitar e relaxar.
Sei que não serei o primeiro e único a ter este pensamento, pelo que o antidoto há muito foi encontrado: os jardins são copiosamente regados (em alguns pontos, quase até se transformarem em pântanos), pelo que a ideia de me espraiar sem tempo rapidamente se esvanece.
Ainda assim, não dispenso a oportunidade de observar serenamente tudo o que me rodeia. E é assombroso como o turista russo é aquele que claramente domina em todo o Moscovo. Aliás, como parecia acontecer em S. Petersburgo. Há uma crescente classe endinheirada que a nada se poupa. Como é fácil constatar na proliferação de lojas de luxo. E, quando digo luxo, refiro-me ao supremo. Aquele que nem passa pela cabeça dos “comuns”, como eu.
Detenho-me num fontanário que jorra frescura. Recebo, embeiçado, gotas que o vento traz da sua fogosidade. E sorrio com o pequeno arco-íris que daí resulta. Tudo isto só para me “dizerem” que Moscovo tem magia?.

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