Encantamento em balão de ar quente

Encantamento em balão de ar quente

Na Capadócia, dizem que está a 150 euros. À entrada para o carcomido táxi que nos levará ao hotel em Luxor, o preço começa nos 30. A negociar… mas já ninguém esconde um sorriso mais do que rasgado.
Não ter asas é pormenor insignificante quando desejamos voar. Esse sonho começa a materializar-se às 04:00, quando nos vierem buscar ao hotel para a aventura do passeio de balão de ar quente. Ao nascer do sol…
O Sheraton (sim, por vezes precisamos de mimos “extra”) é simpático e prepara-nos uma “lunch box” com o pequeno-almoço que nos vai alimentando o corpo, enquanto o espírito dança em espirais de ilusão. Seguiremos de carrinha, atravessaremos o Nilo de barco com chazinho e café de cortesia e continuamos em quatro rodas até chegarmos a um baldio rodeado do canas-de-açúcar. Ainda estou sob convulsão intestinal e amanho-me antes de avançar.
Inertes, os balões começam a ganhar forma. Lavaredas iluminam a noite e vão dando vida ao nosso meio de transporte. Serão apenas meia dúzia nos céus de Luxor. A empresa que optamos (uma das seis operadoras) tem oito balões, mas, nestes tempos de míngua, tem trabalhado com apenas dois. Nem sempre completos.
Em 2013, uma explosão de gás fez com que um balão se tenha despenhado violentamente em plantação de canas-de-açúcar. Sobreviveu o comandante e um turista. 19 estrangeiros faleceram no que devia ser o sonho de ver dos céus os templos de Luxor e Karnak, bem como o vale dos Reis e o templo mortuário de Hatshepsut.
Sem tempo para pensar nisto, começamos a subir. A expetativa e ansiedade são crescentes, pois somos dos últimos a elevar-nos aos céus. A lua já se escondeu e o astro-rei vai impondo a sua lei. E como tudo isto é fabuloso. Que sensação… Plenitude.
As palavras de espanto são substituídas por momentos de contemplação. Algumas fotos. E o desejo intenso de imortalizar esta hora. Isto deixou de ser ilusão. Estamos em “modo” Magia…
Há montanha. Há templos. Há o Nilo e o seu fértil vale. Há a bola de fogo que ilumina os nossos dias. Há habitações humildes. Há cercas e respetivos animais. Há outros balões. E, acima de tudo, o desejo de perpetuar (e repetir) esta sensação….

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