O parque nacional Pudacuo é um ex-libris da região, mas os fortes ventos desaconselham o passeio. No hotel, insistem para não irmos. Revelam preocupação e estão determinados a prescindir da sua comissão nos impróprios 38 euros que custa passear neste lugar idílico.
Há que engendrar em plano B. A solução é ver uma longa pradaria com lagos e vida selvagem, onde podemos, eventualmente, passear a cavalo. O táxi leva-nos ao lugar certo, no momento errado. Esta altura do ano não é fértil em verde. Aliás, nem vê-lo. A paisagem é árida. É o deserto. A palete cromática varia entre tristes castanhos e cinzentos, a combinar com o céu, hoje mais tristonho. Somos os únicos crentes a aparecer para experimentar os refastelados equídeos. Não os quisemos incomodar.
Surpreendidos com a nossa presença, os donos dos animais logo abrem demasiado a boca. A pornografia do número apresentado nem dá vontade de negociar. E é assim que avançaremos para outro lugar, sem dar ouvidos ao valor que vai baixando a cada passo da nossa indiferença.
Veremos espécies de flamingos e primos de cisnes. Há também cavalos selvagens e gado à solta. Os Iaques também fazem a sua aparição. As montanhas em redor são imponentes. Mas esta não é a melhor altura do ano para apreciar o colorido da paisagem.
Regressaremos à cidade velha. Passaremos novamente pelo parque Guishan – onde ao fim da tarde a população se reúne para dançar – e subimos a um pagoda em cima da colina mais elevada da cidade. A vista sobre a planície é estimulante. Contornando o pequeno complexo, temos vista a 360º.
As fitas tipicamente tibetanas esvoaçam enquanto o vento espalha as suas sábias palavras. Inesperadamente, há monges a fazer limpeza ao monte, cortando muitas das fitas. Entende-se. Caso contrário, seria impossível circular, tal o seu número. Também nos deixamos a nossa marca. Descemos um pouco o monte e cumprimos o nosso desejo. Tem o sabor de termos escalado a mais difícil das montanhas. A leveza de fazermos algo simples, que nos deixa felizes.
Shangri-La está a ficar para trás. Na central de autocarros acedemos a regressar a Lijiang em carro particular, que aceita parar sempre que nos apeteça fotografar. Certamente, a viagem foi bem mais interessante..

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