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Nem os azares nos travam

Nem os azares nos travam

A inveja é assunto feio. Bem pior quando engendrada pelos Deuses. Quando estes conspiram para serenar os nossos perfumados ânimos. Estamos a ADORAR os Açores, o grupo tem revelado sentido de humor e cumplicidade fantásticos e os sorrisos brotam naturalmente do interior de cada um. Não nos proporcionar condições climatéricas condizentes com o nosso soalheiro estado de espírito já é mau. Mas ‘alguém’ quer e mexe os cordelinhos para que seja pior…
Tentamos apreciar a lagoa do Canário, sabendo que encontraremos uma vista também assombrosa para as Sete Cidades. O nevoeiro aperta. E boicota-nos os idílicos senários que sabemos ter diante do nosso olhar. É então que a chave decide ser protagonista. Quando tento fechar o carro, parte. Assim. Sem pré-aviso. Cumpre a sua missão de segurança, porem deixa-nos apeados. Não é possível…
Ligamos para a rent a car. Uma hora depois, estamos de volta à estrada. Vá lá, podia ser pior. Aproveitamos bem o tempo e os danos foram minimizados. 
Após almoço, optamos por um pequeno rali entre a Ferraria e Mosteiros. São apenas oito quilómetros em irregular terra batida, o suficiente para… furar. Serenos. Nem por isso os sorrisos diminuem. Quando, já na povoação, tentamos mudar de pneu, começa a chover. Raiossssss…
Os nossos pedidos de ajuda – alguma oficina, entenda-se – são infrutíferos. Baco tomou conta de Mosteiros. Jovens e mais experientes dominados pelo tinto, que desenfreadamente toma de refém a sua boa população. E são umas 17:00. Os teenagers, possuídos por um entusiasmo só possível de entender quando presenciado. Na verdade, todos estão em êxtase – seja qual for o motivo – e ninguém quer saber dos nossos mundanos problemas.
Com chave nova, pneu suplente (assustadoramente estreito) metido, nevoeiro e chuva já no passado, é hora de, finalmente, rumarmos a Pilar da Bretanha, onde nos espera a verdadeira experiência do Espírito Santo.
Algures entre infortúnios, enquanto fotografo umas vaquinhas, há um carro que apita, sofregamente. Não entendo. Não há mais trânsito, a paisagem é nossa e da natureza. Parar em reta de uns 100 metros não é assim tão perigoso. A mulher sai do carro. Relaxado, continuo a ‘disparar’. O suposto marido vem logo a seguir. Mais avisado olhar pelo canto do olho. Até que, em uníssono, sai um entusiasmado e sonoro “BATISTAAAAA!!!”.
O Mundo é mesmo pequeno. Ângela e Armindo, bons amigos dos tempos de faculdade, caminham para mim de braços e sorrisos abertos. Os Açores voltam a ser tudo o que se pode esperar deles… um lugar de surpreendente  Magia..

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