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A “desertora” Fernanda insistia: “Quero sempre dois ou três dias de praia para relaxar no final das férias”. Para passar mais tempo connosco, acabou por acompanhar-nos a Tikal/Flores. Por isso, não lhe foi possível cumprir com o desejado programa. Fernanda, os amigos são sempre para as ocasiões. Tratamos de realizar o teu sonho!
Pequeno pedaço de terra, independente da Inglaterra apenas desde 1981, o Belize tem tudo o que um amante de praia pode ambicionar. Importa explicar? É ainda um país relaxado, de misturas étnicas e uma realidade peculiar.
Quem tem praia ‘privativa’ – entre outros, tínhamos à disposição kayaks, camas de rede, espreguiçadeiras… – não hesita em abusar dos banhos de mar. Não fomos cerimoniosos.
As tranquilas e cálidas águas do Mar das Caraíbas, já na transição para o Golfo das Honduras, souberam a éden. Prazer celestial. A relembrar Zanzibar…
O cansaço acumulado por inúmeras e acidentadas horas de viagem em “chicken bus” neste périplo pela América Central ficaram aqui. O pó das articulações também. Não poderia haver melhor revitalizante. Aqui, o tempo não tem pressa. Nós também não…
Depois de, a toda a hora, experimentarmos tudo o que era fruta tropical, preparamo-nos para um estimulante snorkling. Quisemos faze-lo em dois locais. Primeiro, numa ilha afastada da costa. Depois, no meio do mar, entre várias ilhas.
Ligeiros cortes nas pernas ao atravessar os primeiros corais foram coisa pouca para nos desanimar. Até porque, segundos depois, já nos maravilhávamos. Peixes de mil e uma cores. Uns, estranhando a nossa presença. Outros, parecendo convidar-nos para brincar às escondidas. Entrando por umas fendas e saindo por outras. Em corais no fundo do mar.
Não levamos caderneta de ‘cromos’, mas foram muitos e belos os exemplares observados. Quanta tranquilidade e paz de espírito estas imagens subaquáticas proporcionam…
Horas de mudar de cenário. E de tentar a sorte na pesca. Enquanto nos deslocamos para o segundo ponto de snorkling, cana ao mar. Vento no rosto. Parcos cabelos em dança desorganizada. O sol a massajar o rosto ao alto.
Não me sinto com sorte. Alguns minutos depois, passo o ‘testemunho’ ao Carlos. Barracuda morde anzol. Não tarda, já salta no barco. Essa noite, será o nosso jantar.
Voltamos a mergulhar. Entre as ilhas que acompanham a costa. Agora seguimos o barco, que nos guia à distância. Mais do mesmo. De um mesmo de pura ilusão. De intensa beleza e harmonia. Sedutora fantasia. O tempo pára. Todos os nossos sentidos focados nas sucessivas imagens de peixes exóticos e corais. Sempre belos, surpreendentes…
O pôr-do-sol volta a ser de mar. De magia. Até as estrelas reflectirem nas águas todo o seu esplendor.
George Garcia, descendente de ‘piratas’ portugueses, é o nosso anfitrião. Os hóspedes não podem cozinhar no West Wind, mas abriram uma excepção para nós. “Com a condição do George, que adora peixe, ter direito à sua dose. Ele ajuda-vos a preparar o jantar”, disse-nos a esposa Lisa.
O vinho foi argentino. A sala de jantar lembra a vida de um velho marujo. A conversa gira à volta da história desta parte do mundo. George, 67 anos, revela-nos o seu sangue português (será contado noutra história). E como há oito anos seduziu Lisa. Norte-americana, 23 anos mais nova.
Horas de um giro por Placência. Uma só rua concentra praticamente tudo. Luz e umas 30 pessoas animadas chamam-nos a atenção. Parecia uma festa. Gente animada. Vamos espreitar. Caixão aberto. Era um funeral. Retirada providencial.
A noite termina em baloiço nas redes junto ao mar. Com turistas da Estónia. Splashhhhh… O ponto final é em novo revigorante banho de mar…
Sono retemperador. Voltamos a madrugar. Vamos a ter o mar só para nós. Novamente. O cenário começa a ganhar cor. Progressivamente. Estamos preparadíssimos para esta rotina. Estamos no Belize….

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