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Síndroma Kilimanjaro no vulcão Arenal

Síndroma Kilimanjaro no vulcão Arenal

A chuva correu connosco. Literalmente. Sem sentido permanecer num local virado para actividades ao ar livre no qual não se pode estar.
Monteverde e Santa Helena ficaram debaixo de olho caso algum dia cá voltemos. Sem dúvida! Mas decidimos mudar de cenário. Procurar diferente sorte.
O vulcão Arenal, provavelmente o mais famoso na Costa Rica, é o próximo objectivo. ‘Bus-bote-bus’ é a solução mais rápida. Em três horas estaremos onde queremos.
Há um mini-bus só para nós. Aliás, toda a viagem é à “patrão”. Não temos companhia em qualquer dos três trajectos. Os outros viajantes, estão em sentido inverso. A avaliar pela indumentária, impreparados para o que os espera na montanha.
Nas quase duas horas do primeiro trajecto, confirmamos a rara beleza destes cenários. Mesmo sob um quase dilúvio, impossível não ficar embeiçado por sucessivas telas de invulgar magia.
Hernan, o nosso motorista “privado”, vai-nos falando sobre a região. Das desavenças entre autarcas que não permitem a requalificação de uma estrada com mais buracos do que qualquer queijo suíço.
Conta-nos também da aposta turística da região. E tenta explicar o porquê de tantos diferentes credos religiosos da Costa Rica e toda a América Central. “Em terra de gente ignorante, é o melhor negócio. Todos se safam. Até na mais pequena comunidade. Se esta aposta no turismo não resultar, estou decidido a criar uma igreja”, ironiza.
O lago Arenal (artificial, mas belooooo) espera por nós. Três barcos baloiçam nas águas algo agitadas. Quase por milagre, escorregamos, mas não caímos na acidentada e enlameada descida até ao embarque.
Encostas luxuriantes vão passeando ao nosso olhar. Ao longo da meia hora em que cruzamos o lago, duas ou três casas de sonho. Em encostas com vistas soberbas. Tudo é beleza à nossa volta. Desejo de partilharmos o momento com amigos.
O último trajecto é curto, mas penoso. Porque percebemos que a meteorologia está igual em todo o lado. E que não vamos ver o Arenal. Mesmo fazendo-lhe cócegas à nossa passagem. Tal e qual como no Kilimanjaro (Tanzânia). Estivemos na sua base, mas não o vimos. E sabíamos que, dadas as condições adversas, seria assim durante vários dias.
La Fortuna, onde nos instalamos (concentra toda a actividade turística em torno do vulcão), não deu propriamente sorte. Ou não a mudou.
Estamos com o mesmo problema: o que fazer sob chuva persistente?
O almoço foi bom. E estupidamente faustoso. À sobremesa a inevitável e desejável solução: ‘termales’!
O complexo Baldi, com 25 piscinas ‘naturais’ de quente água vulcânica (diferentes níveis de temperatura), é a escolha. E que escolha!
A chuva até exponenciou o nosso prazer. Montanha abaixo, fomos experimentando as qualidades de cada uma. Todas embutidas em distintos cenários idílicos. Tropicais. Até que nos retivemos num jacuzzi gigante.
Corpo quente. Gotas a refrescar-nos o rosto. Música. Cores. O dia cede lugar à noite. Suavemente.
Terminado o périplo, o merecido jantar. Ainda no Baldi. Um estimulante buffet em amplo recinto arejado. A chuva não parava. Íamos comendo enquanto esperávamos. Exageramos. Se este dia fosse o padrão, dificilmente caberíamos na roupa em muito pouco tempo.
Já no hotel, enquanto a chuva fazia música no telhado, sonhos de que o sol nos visitaria no dia seguinte..

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