Segue-me

Quando em Phedi nos disseram que o nosso destino final daquele dia exigia uma subida de sete quilómetros em estrada assustadoramente íngreme, convencemo-nos que só podia ser brincadeira. Não era.
“Pelo caminho pedonal, demoram apenas uma hora”, garantiram-nos. Pois… sim… claro… certo.
Melhor mesmo é reunir de emergência e delinear a melhor estratégia para atacar o desafio. Rapidamente constatamos que é impossível iniciar uma epopeia destas sem energias. Merecido almoço. Numa tasquinha. Duvidosa. Como todas.
O inglês das animadas “gerentes” das três esplanadas, que se juntaram à nossa volta, era rudimentar. Mas deu para uma boa e divertida conversa. Poderíamos ter saído dali com casamento acertado. Não nos quisemos precipitar. O Nepal surpreendeu-nos pela beleza das suas mulheres, mas fomos comedidos.
Após um “até amanhã”, começámos a trepar. O sol apertava. O destino parecia inatingível. Tentando ludibriar a mente, focámo-nos num passo de cada vez…
As gotas de suor voltavam a envernizar o nosso rosto quando um pequeno furgão (três lugares à frente e caixa fechada atrás) surgiu ruidoso e cambaleante em esforçada subida. Estendemos a mão. Saltamos para a sua traseira.
Foram 20-25 minutos de sofrimento. Agarrados ao que era possível. Sentados em banco comprido, mas solto e muito instável. Acumulámos nódoas. Duas senhoras no chão com crianças, um militar e um idoso algemado eram a nossa companhia. Cenário surreal.
Paga a portagem para entrar na aldeia (já tinha acontecido o mesmo em Sarangkot), uma última curva, barulho crescente e o espanto de uma multidão em festa em local remoto, muito além do fim do mundo…

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