Segue-me

Desculpa, Louvre. Perdão, Prado e todos os inúmeros museus que visitei. Por muito que vos aprecie – e fazem parte dos meus lugares de eleição no Planeta, não tenham dúvidas – devo confessar que fiquei incontrolavelmente embeiçado por súbita paixão: Hermitage.
Não vou discutir conteúdos, sempre sujeitos a interpretações subjetivas, apenas a estrutura. Um palácio de sonho, mesmo que não estivesse adornado com o seu valiosíssimo recheio. O acervo de mais de três milhões de peças/obras tornam-no numa Meca para o curioso, e uma obsessão para qualquer apreciador de arte.
Não há época, estilo ou cultura esquecidos. A Rússia, a Europa, África ou Ásia estão aqui retratados. São 10 prédios, sendo que sete são de interesse histórico. O Palácio de Inverno, residência oficial dos Czares até à queda da monarquia, é a alma do Hermitage, que também tem um teatro, academia de música e um conjunto de projetos solidários em outros países.
Van Gogh, Picasso, Leonardo Da Vinci, Renoir, Rembrandt, Matisse, Caravaggio, – ufa, é preciso de uma pausa para respirar -, Paul Gaugin, Goya ou Claude Monet são alguns dos muitos “clássicos” em exibição no palácio projetado por Francesco Bartolomeo Rastrelli. São precisos mais motivos para uma visita?
A maior coleção do museu é a de medalhas, brasões e insígnias, composta por cerca de 1,1 milhão de peças. A ala de monumentos arqueológicos tem 734 mil objetos. As pinturas da minha predileção são mais de 16.000 e as esculturas ultrapassam as 12.000.
Durante a II Guerra Mundial, os nazis invadiram a Rússia e as ordens de Hitler sobre São Petersburgo foram claras: bani-la da face da Terra. Não havia interesse em poupar qualquer parcela da população. As obras do Hermitage foram preservadas pelos seus valentes funcionários, que evacuaram cerca de 1,2 milhão de obras e transportaram as que eram grandes demais para serem escondidas no subsolo, protegendo-as com sacos de areia. Os trabalhadores passaram a morar no museu juntamente com as suas famílias, artistas e intelectuais. O prédio sofreu danos consideráveis, mas o acervo foi preservado. Missão cumprida.
Voltando à atualidade… haverá maior pesadelo do que ter apenas uma tarde para tentar ver o máximo, com a qualidade que se impõe de usufruto do Hermitage? Pois… mais um bom motivo para voltar a esta Princesa do Norte.
Obrigado, Catarina. A Grande. Quem iniciou a tradição de colecionar peças de arte. Estaria orgulhosa do resultado do seu vício.
Mais uma vez: “Spasibo, Катарина”..

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