Aqui o tempo persiste. Avança em aparente imobilidade. Flui em câmara lenta. É o calor que esmaga durante meses? Ou por existir em permanência na boca deserto?
A paisagem de Yazd não sobressai pela riqueza das cores. Longe disso. São os tons que nos fazem adivinhar uma quase asfixia no verão que dominam a paisagem. Adobe. Simplicidade e altivez na mesma arquitetura. Com a maior das naturalidades.
Alta, no céu. É assim que a brisa parece apresentar-se por estas paragens ermas. Nada que um persa não contorne, com engenho. Os “wind catcher” (captadores de vento) elevam-se do adobe de Yazd, cidade que teima em impor-se ao deserto. E com que arte e elegância…
Estas torres ventilam os edifícios. Aproveitando a mais pequena e indelével brisa. Unidirecional. Bidirecional. Multidirecional. Apresentam-se em vários estilos e podem ser vistos em vários lugares do Médio Oriente. Em Yazd fazem parte da identidade da cidade.
Para manter os edifícios livres de poeira e areia soprada do deserto, windcatchers foram construídas de costas para o vento. Que aproveitam. Muitas vezes, igualmente associados aos grandes reservatórios de água.
Claramente, mudamos de cenário. Yazd não é como as outras. Tem uma alma diferente. E já percebi que nestas noites longas me vou apaixonar perdidamente por cada um dos maravilhosos terraços onde se espraiam restaurantes e bares… .
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