O grupo Bornfreee despede-se ao fim da noite, pois há uma parte que já vai regressar a Portugal, enquanto a outra segue comigo para o Uruguai.
O taxista que nos conduz a Puerto Madero é invariavelmente simpático e conversador. Diz de Cristina Kirchner (acaba de deixar a presidência do país) o que os portugueses lamentam da sua mais do que desacreditada classe política. Mas este trabalhador fala de forma ainda mais apaixonada, revoltada.
“Hipotecou o futuro do país, desbaratando património e direitos do Estado com negócios ruinosos – e secretos – com os seus amigos e famílias poderosas. Corrupção profunda. Uma máfia. Depois vai à Casa Rosada para pomposos discursos emotivos que enganam apenas os tolos”, atira. Digo-lhe que no meu país a única coisa que verdadeiramente difere é o banho popular para os líderes políticos.
Chegamos, fazemos o check-in, passamos pelo controlo fronteiriço argentino e uruguaio, emparelhados do lado de cá do Rio da Prata, e preparamo-nos para embarcar. É quase como estarmos num aeroporto.
A viagem de catamaram é confortável e não é longa. Cerca de uma hora depois, começamos a ver terra firme no horizonte. Ganha contornos cada vez mais nítidos até o farol se impor na paisagem. Colónia de Sacramento. Estamos onde os portugueses chegaram em 1680. Em cidade que a UNESCO homenageou com o título de Património da Humanidade..
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