Curtir Bujumbura

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Como em tudo, o caminho faz-se… Caminhando. É assim que nos alongamos em direção ao lago Tanganhica. O sol até ajuda, mas o caos da cidade é mais forte. Este “tipo” de desordem não permite que nos embeicemos por ela. Os edifícios são decrépitos e decadentes, o lixo prolifera nas ruas (quanta diferença para o Ruanda) e não falta gente de olhar resignado. O museu vivo é um dos ex-libris da cidade. E está tudo dito. Muito curioso quanto ao artesanato, mas a manhã já se faz gente e a maior parte das lojas do complexo está fechada.O clube náutico é ao fundo. Espaço com estilo. Boa música. Palhotas com potencial. Sobre o lago. Deixamos o tempo vagabundear quando somos surpreendidos por companhia inesperada: seis hipopótamos. Nas nossas barbas. Brincam e amuam. Difícil ver-lhes os dentes.O regresso ao caminho leva-nos a uma praia. Um quase-quase paraíso, mas apenas isso. Não está limpa. E não tem qualquer infra-estrutura de apoio. Adultos, jovens e crianças nuas seduzidos pela água. Nós não. Os pés não param e temos de os acompanhar. Encontraremos a melhor esplanada do lago Tanganhica. O serviço é lento, mas bom. A paisagem, do melhor: aguas serenas, areia fina, orgulhosas palhotas, pescadores humildes, vegetação variada, aves que mergulham decididas no lago em busca de alimento… E o Congo visível no horizonte. Após o balde de horrível café (quase arruinava o almoço), um joguinho de snooker. Parabéns, Daniel, pela “tareia”.No centro, enorme ervado pleno de clareiras recebe treino de cinco equipas que  competem no campeonato do Burundi. Merecerão história à parte.Frustrado por falhar foto do aviso no edifício da representação das Nações Unidas: “proibido entrar com catanas, pistolas ou granadas”. Afinal, esta cidade é mais divertida do que podemos imaginar.Procuramos um determinado restaurante para jantar, acabamos no Le Safran. Dificilmente  plano A poderia ser tão recompensador. Belo espaço. Equipa de cozinheiros excelente. Mima-nos com refeição apenas acessível a divindades… Que nem num Mundo ideal seremos. E pude circular na cozinha-esplanada e apreciar cada detalhe da preparação da refeição.Mais tarde, sou informado da minha gafe: em discussão absurda, taxista que nos leva deixa dinheiro em cima do balcão. Zangado. Não lhe tocamos. Minutos mais tarde, um dos mestres de cozinha alerta-me para o dinheiro. “Dividam entre vocês. Obrigado pela experiência na cozinha”, declaro. Fico a saber que se tratava de cinco míseros cêntimos… A repartir por seis… Shame on me!Dormirei em paz, apesar da ‘figurinha’ e da tempestade agreste que marca a noite. Carregamos as mochilas para voltar ao Ruanda. Afinal, os escritórios e autocarros mudaram de sítio. E já não temos muito tempo. Táxis não se entendem quanto ao novo local. Temos sorte. In-extremis, em segundos ocupamos os derradeiros lugares livres e estaremos a voar para a capital cultural e universitária do Ruanda..

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