O avião mal tinha tocado o tapete e Coconuts era já um nome que martelava o nosso interesse. Estimulava a nossa ilusão. Era sexta-feira e essa é uma das noites em que este espaço de dança noturno é aconselhável aos turistas que procuram “enturmar-se” com o ambiente de Maputo. Não ficámos desapontados… J
Chegamos cedo – 00:30, pois fomos informados que às 23:00 já a pista estava a “bombar” – e, deparando-nos com o espaço “vazio”, duvidámos da primeira impressão. O engano durou pouco. Progressivamente, as beldades de Maputo começaram a desfilar pela pista de dança e todo o espaço exterior, em torno da piscina.
Ao lado, a animação começou mais cedo na noite VIP (500 meticais, uns 12.5 euros) com um concerto ao vivo, mas optámos pela noite “normal”, que se ficou pelos 300. Quando caímos em “nós”, já o Coconuts funcionava com o pleno vigor com que as meninas olham para todo e qualquer turista.
A beleza – em vários casos, estonteante – das africanas fazia-nos duvidar da ideia clara de que a esmagadora maioria das jovens estava ali ao “ataque”. Após consultar várias “fontes” e analisar comportamentos, não restaram muitas dúvidas.
Diz-se que o desemprego em Maputo chega aos 70% da população ativa e que há que alimentar e ajudar a família. Esse é um dos motivos que leva demasiadas jovens a permanentes encontros sexuais com turistas ávidos de sexo. Ainda mais, quando estes se deparam com mulheres deslumbrantes e a preço de saldo…
Não nos atrevemos a perguntar – sim, nenhum de nós pagou, paga ou pagará algum dia por sexo – mas indagamos vários taxistas e a média do “tombo” ronda os 200 meticais, uns míseros e chocantes cinco euros.
Aqui – como um pouco por toda a África – o sexo é um problema. Melhor, a SIDA e outras doenças derivadas de sexo sem a devida proteção é um problema. Bem como o chorrilho de bebés não desejados. E tudo o que advém e resulta dessa situação.
Noventa por cento dos estrangeiros no Coconuts são portugueses. E havia vários “profissionais”, a movimentar-se com um à vontade surpreendente.
Não fomos os únicos lusos a repetir a noite… Esquecendo o lado negro da questão, o Coconuts é mesmo um espaço que vale a pena frequentar, pois a diversão e animação estão garantidos. Boa música e gente bonita num espaço extremamente agradável. Sim, apesar do “ataque”, todas as moçambicanas (e moçambicanos) são simpáticas e de conversa interessante e fluida.
Por tudo isso, voltámos no sábado. O regresso ao hotel fez-se, novamente, à hora do pequeno almoço. Ficou o desejo de voltar…
(Viagem a África, 2009 – africatrio.blogspot.com)
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