Quando a Arte Urbana coloca um destino no ‘mapa’.

Dezenas de artistas plásticos portugueses e dos vários cantos do planeta uniram-se na arte de transformar uma cidade. Ou, melhor, foram desafiados a mostrar o como vêm a sua essência, a sua alma. Como resultado desta viciante criatividade, o ESTAU – Estarreja Arte Urbana está nas bocas do Mundo. Pelos melhores motivos.
“Um festival que coloca a Arte Urbana a falar com a cidade, com as pessoas, com o património e com a natureza”, como bem define a organização. Bornfreee.com testemunhou, in loco, como esse espírito é o principal ingrediente do harmonioso sucesso.

Aos portugueses Add Fuel e Tiago Galo juntaram-se, entre muitos outros, o italiano Millo e a espanhola Marina Capdevila. Ao todo foram cerca de 30 os artistas convidados com a missão de fazer crescer, ainda mais, a já de si muito rica rota de arte urbana de Estarreja. Mais do que chegar e fazer, os artistas são sempre desafiados a interpretar o território. O produto dessa simbiose está espalhado pelas paredes, ruas e prédios da cidade.
“Entrar na cabeça de Estarreja — pintada de fresco, coberta de tinta e de vida. O ESTAU obriga-nos a isso, a ir à Loja da Preciosa e perguntar pela Ilda, a percorrer os campos de arroz, a mergulhar nas ideias de Egas Moniz, a acompanhar o voo das garças vermelhas, a explorar ângulos e a visitar ruas e vielas, a imaginar como foi e como será Estarreja, a reinventá-la, às suas gentes e tradições. Existe um circuito, à espera de ser visitado. Se Kandinsky dizia que “tudo começa com um ponto” o ESTAU diz que a peça nunca acaba”, escreveu o jornalista do Público, Luís Octávio Costa.

É verdade que já não vai a tempo de participar numa das mais de 40 iniciativas do evento, entre workshops, filmes, palestras, música, circo contemporâneo e visitas guiadas (não há problema, é marcar já na agenda para 2019!!), mas o mais importante é a tal posterioridade que nunca acaba: são as dezenas de murais e instalações, permanentes, que proliferam por Estarreja.
Egas Moniz, que em 1949 foi galardoado com o Nobel de Fisiologia ou Medicina, era natural de Estarreja. À porta de casa deste génio amante das artes há uma inscrição que importa reter: “As grandes escolas das Artes plásticas são os Museus. Quisera um em cada cidade, em cada vila e em cada aldeia para que o povo se elevasse na comunhão espiritual do Belo”.
É verdade que já não teremos como cicerone o conhecimento e entusiasmo da Lara Seixo Rodrigues, curadora do ESTAU (e criadora da Plataforma de Intervenção Artística ‘Mistaker Maker’), mas temos dezenas de paredes a chamar por nós, a desafiar-nos para um sem fim de viagens imaginárias…

26 Comments
Se tem uma coisa que eu amo nesta vida é a arte nas ruas. Que ela se multiplique cada vez mais. Adorei os painéis que você fotografou. Lindíssimos!
Anna Luiza, é apenas uma pequena amostra das maravilhas que estão espalhadas pela cidade… vale MESMO a pena uma visita.
Já sabia da Covilhã e da Amadora, de Estarreja ainda não. Acho a iniciativa fantástica e espero ir conferir em breve, num destes fins-de-semana de outono. Qual foi a tua obra preferida?
Abraço
Ruthia, vi umas 20 obras e, acredita, é difícil decidir. Muitas vezes, não é a obra em si… é até o enquadramento. Acredito que te vai deliciar… dá para umas belas caminhadas 🙂
Muito bom!!Já estive na Covilhã em algo parecido, mas não sabia da existência em Estarreja..Assim que puder nao falharei.
Vítor, acredita que toda a família te vai agradecer 😉
Que demais! Eu adoro esses festivais de street art, participei de um parecido com esse em Bristol na Inglaterra e foi incrível ver a transformação da cidade com a criação das obras de arte. Lindo!
Gabriela, e como já vai na terceira edição… temos o ‘bónus’ de ir apreciando cada vez mais obras. E de ir vendo como a cidade vai se vai ‘transformando’, reforçando a sua identidade…
E não é que logo aqui ao lado há tanta coisa para nos surpreender! Tu descobres tudo! :d
Carla, se há quem descubra TUDO és mesmo TU! 🙂 Acredita que te vai surpreender muito, se fores apreciadora de arte urbana. Já me prometi voltar em breve 🙂
Gente, que post fantástico. Adoro arte de rua, pois traz mais vida e uma história!
Concordo plenamente, Fabiana. Acho que todas as cidades ganham muito com esta expressão artística, sempre que enquadrada com o lugar e a sua história…
Eu ao arte de rua, aqui em São Paulo a gente convive bastante com essa transformação na paisagem, mas nunca participei de um festival, contudo já vi vários artistas criando sua arte ao vivo.
É um processo bem interessante, Deisy 🙂 Tive a oportunidade de assistir em Estarreja. Um dia volto a São Paulo para um roteiro… entretanto, aconselho Estarreja 🙂
Lindas fotos, arte maravilhosa. Confesso que não tinha ouvido falar de Estarreja, vai pra lista 🙂
A arte urbana é um dos principais motivos para visitar Estarreja, mas não o único 🙂
Que festival incrível! Pinturas lindas demais, achei muito interessante e não conhecia, por isso, gostei muito de ler e conhecer através do teu post.
Obrigado, Michela. Senti-me na ‘obrigação’ de retratar a belíssima experiência que tive em Estarreja. Não deixes de visitar…
Esse tipo de arte de rua me agrada muito,adoro ver como os artistas se expressam e como nos surpreendem. Lindas pinturas!
Lais, sem dúvida tem imensas obras fantásticas. Que nos fazem ignorar o tempo, ‘preso’ a arte bela e invulgar.
Que pinturas mais lindas, Rui. Nós gostamos muito de procurar os principais locais de grafite nas cidades que visitamos, muito legal a dica daí.
Edson, temos gostos parecidos 🙂 Arte urbana é um tópico que me interessa cada vez mais nas minhas viagens, procurando as principais referências.
Como a arte de rua cresceu e continua transformando de uma maneira radical muitas cidades do mundo. Adoro!
É isso mesmo, Luciana. Muitas cidades ganham um colorido bem especial com esta nova forma artística…
Eu sou quase uma caçadora de arte de rua, adoro ver e fotografar. É interessante ver cada uma com seu estilo e como ela transforma o local em que é colocada.
É isso, Mariana. Temos gostos semelhantes… comparo-a a verdadeiros monumentos identificativos de uma cidade e cultura.