“Praga”… também aqui??

“Praga”… também aqui??

E se vos contar uma história em que ‘praga´ é a palavra mais utilizada? Chegam lá? Precisam de mais pistas? Hummm… Ok. É justo.
O país é o Lesoto, mas, garanto-vos, esta praga também está em Portugal. Aliás, ao que vejo, não há país onde não espalhe os seus tentáculos. É tudo igual.
A mesma ‘qualidade’, os mesmos produtos, o mesmo comportamento: trabalho, dinheiro. Trabalho, dinheiro. Sem fim. Não há feriados, fins de semana ou dias santos que resistam à sua voracidade de ‘graveto’. Santo é cada dia em que mais uns $$$ entram no cofre.
O problema é que este perfil colide frontalmente com o típico africano, bem mais relaxado e sem cuidar ou interessar pelos bens alheios. Aliás, nem alheios nem os seus. Importante é assegurar algum que dê para o dia. Com sorte, para o próximo também há algum e, se bem gerido, o que é coisa rara e quase anti-cultural, para a semana seguinte.
Os chineses estão em todo o lado. Deus, se existe, deve invejar a sua omnipresença. Eu invejo!
As lojas são passadas a papel químico. Vendem TODOS o mesmo. Um milhão de produtos de utilidade duvidosa, de frágil qualidade, a preços sempre convidativos. Imbatíveis mesmo. As multinacionais ainda têm esquecido este país que parece existir em outra era e Maseru, a capital, não ostenta o símbolo de qualquer marca conhecida. Mas isso não impede que haja lojas a vencer o mesmo material desportivo e de montanha a preços mais inflacionados do que em Portugal. Mas isso é outra história.
Um africano sem abrigo brinca com uma empregada igualmente nativa de uma loja chinesa. A despreocupada jovem alinha na folia e ouve uma reprimenda de primeira ordem. A proprietária chinesa fica sem pulmões de tanto berrar. Até eu me assusto. Pensei que tinham acabado de matar alguém.
Indiferente à patroa, a ‘vítima’ vê-me entrar na loja e segue-me. Pergunto-lhe se gosta de trabalhar para estrangeiros. Encolhe tranquilamente os ombros. Sorri. Diz que lhe é indiferente.
– “Não ligo. Aqueles grunhidos assustam mais os clientes do que a mim”, assegura-me, enquanto solta uma descontraída gargalhada. Que antecede a minha.
“Hakuna Matata” (“Sem problemas”), penso eu.

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